Friday, 12 January 2007

Referendo(s)...

Aproximamo-nos vertiginosamente do dia 11 de Fevereiro, dia em que os portugueses, por mais uma vez, irão pronunciar-se sobre a despenalização voluntária da gravidez a pedido da mulher. Quem quiser saber mais sobre isto, pode procurar nos imensos blogs que proliferam para nos tentar convencer a votar sim/não neste acto de cidadania. Não vou fazer qualquer comentário sobre isto. Já há lixo a mais por aí sobre o assunto. No entanto, quero comentar o instrumento do referendo.
Em Portugal parece que as únicas coisas que são referendáveis são: despenalização voluntária da gravidez e regionalização. Tudo o resto que possa ter interesse para a vida dos cidadãos parece ser esquecido pelos movimentos cívicos e pelo partidos políticos. Porque não um referendo ao aeroporto da Ota ou ao investimento do TGV? Andam os defensores do NÃO a perguntarem se os portugueses querem pagar "abortos" com os seus impostos, mas não se preocupam com o facto dos portugueses irem pagar viagens de comboio entre Portugal e Espanha a uma pequena minoria (quem sabe aos defensores do não...). Nem sequer se preocupam que o país se endivide para fazer face a estes elefantes brancos, mas preocupam-se com o dinheiro que possa vir a ser gasto com a garantia da saúde das mulheres. Bem sei que na al. b) no n.º 4 do artigo 115º da Constituição Portuguesa temos as exclusões ao referendo:
"São excluídas do âmbito do referendo:
(...)
b) As questões e os actos de conteúdo orçamental, tributário ou financeiro.
(...)"
Mas que diabo, será que estamos condenados a comer e calar quando os nossos políticos resolvem tomar qualquer decisão imbecil? Lembram-se da porcaria dos estádios? Ainda os estamos a pagar...

1 comment:

Mãe said...

E agora que a Ryanair abriu a rota Porto - Madrid (Barajas), quem irá usar o TGV do Porto?
Bem sei que a Ryanair tem muitos defeitos (remeto para futuros posts), e esta Marreta prefere andar de comboio a andar de avião, mas tempo é dinheiro e dinheiro é dinheiro!
Pergunto-me se este "pequeno" parâmetro que dá pelo nome de Ryanair foi incluido nos estudos de viabilidade económica do TGV...
Voto sim ao referendo do TGV!! E votaria claramente NÃO nesse referendo.