Hoje fomos ver o monólogo "Underneath the lintel" com Richard Schiff . Confesso que fomos ver a peça por causa do Toby Ziegler do West Wing, uma das minhas séries preferidas. Durante 7 seasons torcemos pelo Toby e pelos seus princípios. Esta peça, supostamente, de mistério tipo Código Da Vinci, não chegou bem a aquecer. Valeu sobretudo por ser um monólogo, com um excelente actor, num ambiente intimista. E fica no ar o mistério, será que ele se enganou nas linhas na parte em que antecipou o bilhete do autocarro em Bona em vez do ticket da lavandaria chinesa em Londres?
Num teatro cheio na semana da estreia tossiram muito poucas pessoas (menos de 1o vezes). Em Portugal parece um surto de tosse durante toda a peça. A minha única explicação, tirando a de haver um surto de tosse nos foyers dos teatros em Portugal, é das pessoas se sentirem autoconscientes ("self-conscious")/ embaraçadas com a situação.
Aqui tirando o caso em que os actores são americanos e o público também, gerando uma alegria exuberante da parte do público, a plateia é muito mais tranquila. Em Portugal, as pessoas riem-se das linhas erradas: riem-se demais e de forma histérica de palavrões, e as piadas de facto passam despercebidas. A menor auto-consciência do público cá torna a experiência bem mais agradável.
Pelo contrário, e perdoem-me o provincianismo, não percebo por que é que cá as ovações em pé são tão escassas? Se um actor me comove e uma peça me cativa, por que motivo não hei-de mostrar o meu apreço aplaudindo em pé, até porque 2 minutos depois estou a levantar-me para ir embora? Até hoje ainda não vi uma peça que tivesse tido uma ovação em pé. Em Portugal, tirando poucas honrosas excepções, nunca vi uma peça que não tivesse tido. Sei que haverá um meio termo, mas sinceramente prefiro ser portuguesa e efusiva a ser inglesa e indiferente.
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