Friday, 27 April 2007

Deambulações de 6ªf à noite

Acabei de ir à BBC procurar a notícia do Richard Gere e os seus actos ofensivos na India, quando me deparei com esta história de uma menina de 6 anos que viu os seus pais sairem porta fora com uma pequena mala e num acto de extrema generosidade foi reclamada pela sua vizinha... E cá fica um post sobre o Holocausto e sobre o Imperial War Museum aqui de Londres.

Snatched from the Holocaust
(...) As part of a BBC Timewatch documentary, Hidden Children, Suzanne returned to France and some of the places she was hidden during the war. Her most moving experience was the return to 58 Rue de Belleville, the little flat from where her parents were snatched away before her eyes 65 years ago.

"I expected to see the nightmare that I'd left behind me," she says.

"Instead I was confronted by a completely empty, tiny apartment. The sun was shining just as it had been on that horrible day. But because of the sunshine it made me remember my happy childhood world."

Thanks to records at the Shoah Memorial in Paris, she now knows her mother was sent to Auschwitz in convoy No 23 in August 1942, and was gassed upon arrival.

"I would have been with her if my neighbour had not stepped in to save me," she says.

"I can't find words to express how I feel because words are not adequate. I couldn't imagine what it must have been like. It is too horrible."

Estivemos recentement no Imperial War Museum e a exposição do Holocausto é comovedora e está muito bem apresentada. Sem o impacto da visita a um campo de concentração, mas constroi devagarinho e de uma forma natural o horror que foi o Holocausto. Do ódio ancestral a quem é diferente até à naturalidade dos fornos crematórios. Tem uma maquete de Birkenau (Auschwitz) e vê-se bem a imensidão do campo. E lá estão também sapatos velhos empilhados... tal como no museu em Auschwitz estão malas de quem achava que partia para uma nova casa, cabelos, roupas... Numa altura em que se fala em aulas de cidadania para jovens ou de construção de sentido político era importante que os europeus, sobretudo os jovens, visitassem um campo ou uma exposição sobre o Holocausto. É fácil criticar as guerras e os genocídios dos outros com sentimento de superioridade, mas este foi há poucas décadas atrás e aqui tão próximo. Como foi possível? Como é ainda hoje possível...


O IWM retrata bem a Guerra. Sim, tem canhões e tanques, mas tem também o impacto da guerra no cidadão comum: uma exposição dedicada à guerra das crianças, uma casa típica dos anos 40, imensa memorabilia sobre as 2 grandes guerras desde talões de racionamento a passaportes falsos dos espiões. Está lá uma reconstituição de uma trincheira da WW1 e a Blitz experience que simula um ataque durante os raids alemães em Londres (não ficamos na fila para ver...). Um excelente museu, um pouco fora dos roteiros turísticos, mas bastante "thought provoking"!!

1 comment:

mnvalente said...

Desde pequenino que sempre quis ir ao Royal Air Force e ao Imperial War Museum, mas nunca ninguém lá quis ir comigo... :(

Para compensar já estive duas vezes em Auschwitz, e por mim fazia daquilo viagem obrigatória no final do 9º ano em vez das viagens a Lloret del Mar.

O museu da Grande Guerra Patriótica em Moscovo embora um pouco kitsch, tem uma sala com um pendente de cristal por cada soldado russo morto, são milhões de pendentes...

Para não falar no cemitério americano sobranceiro à praia Omaha, que nas suas poucas 10000 campas transmite uma mensagem silenciosa.

São daqueles sítios...