Tuesday, 1 May 2007

Ó Camané, sai da sombra!!

Gosto muito do Camané e gostava de ter estado presente no espectáculo dele, mas fico sempre com a sensação que os artistas valem pela sua performance, mas por favor não os ponham a falar em público. E pelos vistos os jornalistas também precisam de uns cursinhos de cultura geral ou de humildade para reconhecer quando é areia demais para a sua camioneta.

Aqui fica um excerto de uma entrevista ao Público dia 27-4:

Joao Bonifácio: Falando em canções belíssimas: o que é que vai cantar do Sinatra?

Camané: O "Moon River". Não fazia sentido ir buscar o "I Got You Under My Skin". Pusemos uma ou outra canção que são bandeiras dos seus cantores, mas pusemos porque gosto muito delas - o "Ne Me Quites Pas" é uma bandeira do Brell, mas é a canção que mais me fazia sentido cantar.

João Bonifácio: É das canções de amor mais desesperadas que já alguém escreveu: "Deixa-me ser (...) o ombro do teu cão"...

Camané: Ele queria ser o ombro do cão dela porque queria era estar ao pé dela, não queria que ela o deixasse. E nessa fase da canção existe o desespero: nem que seja uma mosca à tua volta, o ombro do teu cão, qualquer coisa, mas que eu possa estar ao pé de ti.
Santas ignorâncias!!

E como não fui eu que reparei nesta preciosisidade, cá fica parte da carta ao provedor do leitor do Público:
A propósito da entrevista a Camané publicada no suplemento Ípsilon de dia 27/04 e conduzida por João Bonifácio, gostaria de dizer o seguinte:
Numa entrevista profissional, não basta parecer, há que ser.
O Sr. João Bonifácio aparenta uma grande admiração por Jacques Brel, nomeadamente pela música "Ne Me Quitte Pas".
Se assim fosse, deveria ter confirmado algumas coisas antes de escrever o artigo. Desta forma, evitaria escrever erradamente o título da canção ("Ne Me Quites Pas", ao invés de "Ne Me Quitte Pas") e, sobretudo, este grande disparate:
"É das canções de amor mais desesperadas que já alguém escreveu: Deixa-me ser (...) o ombro do teu cão..."
Meus senhores, no original, a letra diz:
Laisse-moi devenir
L"ombre de ton ombre
L"ombre de ta main
L"ombre de ton chien
"Ombre" significa sombra, não ombro, como qualquer dicionário poderia esclarecer.
Ao PÚBLICO caberá decidir uma eventual rectificação destes erros e uma chamada de atenção para o futuro", escreve Carla Feliciano, uma leitora de Forte da Casa.
E já agora a música do Sinatra não é "I got you...", mas "I've got you...". Mas isto já é um preciosismo, depois da gaffe dupla da sombra/ombro!!

1 comment:

marcela said...

Xiiiiii!!!!
Até fico corada e não é nada cmg!!!