Saturday, 13 January 2007

Ciclo vicioso em comportamentos anti-sociais e o mau estacionamento no Porto

Cialdini, Reno e Kallgren num artigo do Journal of Personality and Social Psychology (1990) reportam uma experiência em que variam a quantidade de items de lixo num parque de estacionamento público e registam a reacção de diferentes indivíduos a uma brochura deixada no limpa-parabrisas do carro. A quantidade de brochuras atiradas para o chão aumenta significativamente com o lixo presente. Este artigo fez-me lembrar do estacionamento no Porto!
Ir à baixa de carro continua a ser uma experiência frustrante e deprimente mesmo depois do metro estar a funcionar. Na Baixa deixo sempre o carro em parques de estacionamento (a cerca de €1/hora), mas começo a chatear-me com a situação. Em todo o centro há carros mal estacionados: à porta da entrada do parque do Via Catarina (!), em frente ao mercado do Bolhão, etc. Nalguns casos os carros estão à vista dos polícias que patrulham a zona. Se ninguém colocar travão a esta situação, os parques vão à falência :-)!! E contra mim falo, pois dei por mim a fazer algo parecido. Levava um electrodoméstico avariado na mala e depois de 500 mts em zig-zag numa rua com 2 sentidos numa verdadeira corrida de obstáculos, nem hesitei em parar em cima do passeio com os 4 piscas em frente à loja. Havia outros na mesma situação! Voltando ao artigo inicial, será que se não tivesse passado pelo zig-zag e visse outros mal estacionados teria feito o mesmo?
E qual é o problema do mau estacionamento? Tirando a questão de que é proibido, julgo que todos beneficiariamos se as regras se cumprissem. Assim, quem de facto precisa de ir a uma farmácia de urgência pode parar o carro sem ser em 2ª fila, uma ambulância consegue chegar ao seu destino sem atrasos, um camião que precise de descarregar mercadoria tem onde parar sem incomodar a rua inteira, os autocarros circulam mais depressa, etc. Já cheguei a ver uma pessoa em cadeira de rodas na Av. Afonso Henriques / Areosa no meio da rua, pois não conseguia circular no passeio! É vergonhoso!

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