Um indivídio numa empresa pode fazer toda a diferença, mas não é por isso que a empresa lhe dá valor.
Para mim, mais do que a história do Michael Clayton, impressionou-me a personagem da Tilda Swinton (ela tem mesmo ar de bruxa do Narnia), que faz pela empresa aquilo que nem lhe é pedido, em nome de um zelo excessivo. Parte da função dela é permitir que a empresa continue a fazer dinheiro e funcione sem precalços. Por seu lado, a "empresa" continua a sua actividade, contaminando pessoas. Ao contrário de outros filmes, em que as "empresas" são os maus da fita, neste caso, temos um indivíduo que, no passado assina um relatório que apresenta os potenciais riscos para a saúde pública de um dos produtos e temos a pessoa que o substitui quando este passa a administrador. De modos similares, estas duas pessoas não olham a meios para justificar os fins. O que é assustador pois não é a "empresa" em si que é má, nem sequer os acionistas ou a administração, mas não é por isso que centenas de pessoas são prejudicadas.
De volta ao Michael Clayton, também ele revela zelo e competência na resolução dos problemas dos outros (e nem parece ser em proveito próprio, apenas porque é essa a sua função), mas ao fazê-lo está de facto a tomar acções moralmente duvidosas (ele arranja a melhor solução para o "hit-and-run" sem pôr em causa que moralmente se trata de uma acção condenável em absoluto).
Acho que o filme está muito bom, e o George Clooney está de facto bem no papel, mas o papel não me parece implicar grande profundidade dramática, por isso não percebo os boatos quanto ao Oscar. Aliás passei o filme à espera de ver a cena para Oscar e não estava lá. Mas nesta coisa de prémios, parece que um boato repetido várias vezes vale mais do que ver o filme.
Always watch good moves!! como diria o Lauro Dérmio.
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